Hoje, nós vamos conversar sobre mais uma doença perigosa para o rebanho que precisa de cuidados específicos no tratamento e na prevenção, podendo trazer diversos prejuízos para a produção.
A rinotraqueíte infecciosa bovina é uma síndrome reprodutiva causada por vírus que pode trazer problemas reprodutivos severos para os animais. Além disso, a prevalência é muito alta em rebanhos no Brasil.
Seus sintomas e sinais clínicos não são muito aparentes e não afetam drasticamente os animais, por isso, muitas vezes, o tratamento é negligenciado. Porém, a taxa de morbidade é muito alta e pode chegar a até 100% no rebanho se não for tratada.
A taxa de mortalidade é bem baixa e, geralmente, decorre de alguma infecção secundária causada por bactérias, outros tipos de vírus e vermes, como a pneumonia bovina, por exemplo. Entenda mais da doença a seguir!
O que causa a IBR bovina?
A IBR bovina é causada pelo herpesvírus bovino tipo 1 (HVB-1) quando este se manifesta no trato respiratório dos animais. Esse mesmo vírus pode causar infecção reprodutiva no aparelho genital e conjuntivite como quadros da doença.
Por isso, é muito importante manter um controle no confinamento, no convívio e, principalmente, no transporte dos animais — um momento de contato intenso em que ela pode ser transmitida entre vários animais.
Como a IBR bovina se manifesta nos animais?
A transmissão pode acontecer por meio do contato direto ou indireto pelas secreções respiratórias, oculares e genitais dos animais. O vírus tem uma alta latência e, uma vez infectados, os animais ficam com essa infecção pela vida toda. Porém, em casos de reativação do vírus, os sinais são subclínicos, mas os animais continuam a ser transmissores.
Se não for tratada, pode ocorrer uma infecção aguda e o animal ficará com altos índices virais na mucosa, aumentando a chance de transmissão por meio da inseminação artificial e da monta natural.
Como diagnosticar a IBR?
O diagnóstico da rinotraqueíte infecciosa bovina só é possível por meio de métodos laboratoriais de análise das secreções nasais, oculares ou genitais. Essas análises são necessárias porque o problema é facilmente confundido com várias outras enfermidades, como a brucelose, por exemplo.
Como já dissemos, é fundamental ter todos os cuidados e tentar identificar a doença com a maior precisão possível, pois, uma vez infectados, os animais permanecem com o vírus no organismo pela vida toda. O descarte é inviável pelo alto índice de morbidade, inviabilizando a destruição dos animais infectados do rebanho.
Quais problemas a IBR pode trazer para a produção?
Dentre os principais problemas que a infecção pode trazer para a produção, estão a morte dos fetos e embriões durante a gestação das vacas, abortamento — mais comuns no terceiro trimestre de gestação —, além dos prejuízos econômicos causados pela diminuição da reprodutividade das matrizes e dos touros, conforme trecho de artigo publicado pela PUBVET.
Animais muito jovens também podem sofrer em virtude da imunossupressão do vírus, abrindo espaço para outras doenças, como a pneumonia em bezerros, que tem maior potencial de letalidade.
Redução da fertilidade
O maior prejuízo que a IBR pode causar está justamente na esfera reprodutiva, pois compromete diversos indicativos da eficiência do rebanho, como a taxa de concepção, a taxa de mortalidade embrionária, a porcentagem de abortos, dentre outros aspectos.
Nesses casos, após a recuperação dos animais, pode ser necessário um tratamento com promotores de crescimento, como o Aminofort, por exemplo.
Segundo relatado pelos pesquisadores da Universidade Federal de Goiás, um estudo realizado constatou que, durante um surto, até 25% das matrizes gestantes podem abortar, trazendo enormes prejuízos para a produção a médio e a longo prazo. Quando nascem, os bezerros geralmente são fracos e também precisam de tratamentos, acarretando mais custos para a propriedade.
Problemas respiratórios
Quando acometidos, os animais apresentam graves manifestações respiratórias, como:
- Aumento da frequência respiratória;
- Excesso de secreção pelas vias aéreas;
- Tosse;
- Dispneia.
As manifestações respiratórias são moderadas e não causam a morte dos animais. Com esses problemas, podem surgir alguns males oculares nos animais.
Problemas conjuntivais
A conjuntivite também é uma manifestação da doença e comumente aparece nos dois olhos, podendo ser confundida com a ceratoconjuntivite infecciosa. Em qualquer caso, são recomendados exames clínicos para obtenção de um diagnóstico preciso e, se os animais já estiverem debilitados, pode ocorrer o agravamento do quadro e a contaminação por outras patologias.
Como prevenir e controlar a IBR bovina?
A imunização é o melhor caminho para prevenir e controlar a infecção no rebanho. Seja em animais que vivem em confinamento e vieram de várias procedências, propriedades com alta rotatividade de animais ou em indivíduos com sorologia elevada, ter uma vacinação programada é a melhor maneira de afastar esse mal.
Quando vacinar contra a rinotraqueíte infecciosa bovina?
A vacinação não é obrigatória e, para rebanhos sem histórico clínico da infecção, uma medida de atenção clínica e monitoramento dos animais já é o suficiente para evitar a IBR.
Em outros casos, a vacinação deve ser programada. Existem diversos tipos de vacina para a rinotraqueíte infecciosa bovina, e a melhor pode ser indicada pelo médico veterinário responsável pelo rebanho.
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