Os criadores de gado leiteiro têm que lidar com preocupações sobre a qualidade do leite diariamente, né? Essa tarefa pode ser bem difícil no começo da sua produção de laticínios, pois é bem minuciosa e tem que seguir regulamentações rigorosas.

Afinal, o leite tem uma natureza perecível e pode perder seu valor nutricional ou ser contaminado muito facilmente. Isso porque a sua qualidade depende de muitos fatores, como os físico-químicos, de composição e de higiene!

É a Portaria nº 56, de 07 de dezembro de 1999 do Diário Oficial da República Federativa do Brasil que rege todos esses cuidados e procedimentos envolvidos na produção de laticínios, que – obrigatoriamente – devem ser seguidos.

Parece complicado, né? Mas fique tranquilo que hoje, nós da Agroline vamos te informar sobre os seus tópicos de maneira simples e te mostrar as melhores maneiras de otimizar a qualidade dos seus produtos!

Depois dessa leitura, você entenderá como produzir e manter leites de qualidade impecável, obtendo os melhores resultados que o ramo agropecuário tem a oferecer. Confira os critérios que definem a sua qualidade e soluções práticas para correspondê-los:

Quais são os critérios para avaliar a qualidade do leite?

Por mais que ‘qualidade’ seja um conceito pessoal e variável, quando se trata do ramo alimentício existe um padrão que deve ser seguido. Em termos básicos, o consumidor deve receber produtos laticínios nutricionalmente saudáveis, livres de bactérias e toxinas prejudiciais.

Para conservar a sua integridade, 4 critérios básicos devem ser observados pelos veterinários ou criadores de gado:

1. Contagem de células somáticas (CCS)

As CCS são constituídas principalmente pelos leucócitos (células brancas). Quando elas são transferidas para o leite da vaca, o seu aroma, textura, sabor e vida útil são afetados negativamente.

Isso acontece em animais que estão infectados com bactérias ou outros microorganismos, pois a mama aumenta a produção de leucócitos para combater a infecção e fica inflamada, passando essas células para o leite.

Nas vacas sadias e sem infecções mamárias, o número de células somáticas é baixo, na média de 50.000 por mL. Fique de olho nessa contagem! E se quiser aprender como evitar e tratar essas doenças, faça a leitura do nosso post sobre a infecção na glândula mamária conhecida como mastite!

2. Contagem de bactérias mesófilas (CTB)

Os principais grupos CTB são os estreptococos, lactobacilos, lactococos e as enterobactérias. Em altos valores, esses microorganismos reduzem a acidez e o valor comercial do leite! Logo, os seus valores também devem ser mínimos.

Apesar do leite ser estéril nos alvéolos das glândulas mamárias, as bactérias mesófilas se reproduzem com velocidade em temperaturas entre 25°C e 30°C, mas também se multiplicam em temperaturas baixas de 7°C. Então, o leite tem que ser refrigerado em tanques apropriados (que alcançam 4°C) imediatamente após a coleta.

Além disso, erros nos procedimentos de higienização das mamas e dos utensílios de ordenha também contribuem para a proliferação das CTB, então a limpeza deve, obrigatoriamente, ser feita de maneira rigorosa toda vez – temos um post sobre como limpar ordenhadeiras que pode tirar as suas dúvidas sobre esse procedimento essencial!

3. Contagem de bactérias termodúricas

As bactérias termodúricas como a Clostridium e a Bacillus são perigosas porque resistem ao processo de pasteurização dos leites. Elas produzem esporos que aguentam temperaturas de até 100°C, então podem sobreviver por muito tempo no ambiente!

Falhas na esterilização no processo de ordenha ou contaminação direta do solo são os principais culpados pela presença dessas bactérias, que diminuem o potencial de armazenamento dos laticínios.

Ou seja, assim como os outros microrganismos que abordamos acima, a contagem rigorosa dessas bactérias precisa ser feita para garantir a durabilidade e a qualidade do leite. Confira a regulamentação da Portaria n°56 para verificar as tabelas com os valores máximos permitidos!

Ah, e não se esqueça de higienizar corretamente todos os componentes da sua leiteria a cada uso!

4. A ausência de resíduos de antibióticos/pesticidas.

O último critério que selecionamos para te ajudar a conferir a qualidade do leite é a presença de resíduos químicos em sua composição, como antibióticos, desinfetantes e pesticidas.

Os animais que são expostos a essas substâncias podem transpassá-las pelo leite, oferecendo um risco para a saúde pública dos consumidores. Para garantir que intoxicações por drogas como penicilina, nitrofurano ou sulfametazina não ocorram, há algumas precauções que você pode tomar:

  • Siga todas as recomendações contidas na bula do medicamento ou produto químico;
  • Não utilize o leite de nenhuma das mamas, mesmo que o medicamento tenha sido aplicado em apenas uma – ele é absorvido pelo sangue e secretado em todas;
  • Obedeça o prazo indicado de retirada! Cada substância tem um e ele deve ser respeitado, para que não sobre nenhum resquício.

Com esses 4 critérios em ordem, o seu laticínio produzido será superior em qualidade e coerente com as normas nacionais! Ofereça o melhor à saúde do seu consumidor com leites livres de bactérias e impurezas – e com suas propriedades nutricionais preservadas!

Se você gostou desse post e quer se aprofundar ainda mais em assuntos relacionados ao bem estar do seu gado, confira o nosso conteúdo sobre a administração de medicamentos em bovinos! Até o próximo post!

 

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