A Linfadenite Caseosa é uma doença crônica e contagiosa que acomete os pequenos ruminantes, como ovinos e caprinos. Também conhecida como mal do caroço, a patologia pode trazer sérios danos à saúde do animal, podendo inclusive, levar à morte, como as bicheiras e outras doenças veterinárias.

Além disso, ela causa prejuízos à produção, pois diminui a capacidade produtiva dos animais. Descubra todos os detalhes sobre a Linfadenite Caseosa, como prevenir e alguns medicamentos recomendados para o tratamento da doença.

O que causa a Linfadenite Caseosa?

A Linfadenite Caseosa é causada por uma bactéria, a Corynebacterium pseudotuberculosis, um agente etiológico de processos infecciosos. A doença pode aparecer tanto em machos como fêmeas, e os animais com mais de dois anos são os mais atingidos.

Os animais infectados se tornam reservatórios da bactéria, que pode permanecer ativa durante meses na carne congelada, nas fezes, em exsudato purulento (pus), no solo, em locais úmidos e escuros, na pele, em vísceras infectadas e nos intestinos.

Além disso, o agente infeccioso pode sobreviver no solo infectado com pus por até 8 meses, e nas instalações da propriedade por até 4 meses, conforme estudo publicado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

três bois em um pasto no por do sol

Quais os sintomas da Linfadenite Caseosa?

Os principais sintomas clínicos da Linfadenite Caseosa são os abscessos nos gânglios linfáticos — feridas com pus — causados pela infecção, que podem surgir principalmente em torno da cabeça e do pescoço na sua forma cutânea.

Pode acontecer de a doença se manifestar em outras duas formas clínicas: mastítica e visceral, ambas com o surgimento de lesões internas nos animais.

Devido à inflamação, é muito comum haver uma quantidade grande de pus nas regiões afetadas, aumentando continuamente o tamanho dos abscessos, causando muito incômodo e dor, além de problemas respiratórios e hepáticos quando a bactéria acomete os órgãos internos.

Como a Linfadenite Caseosa é transmitida?

A transmissão da Linfadenite Caseosa se dá pela ingestão, inalação ou penetração percutânea.

A higiene dos materiais cirúrgicos utilizados no tratamento e também do ambiente onde vivem os animais é fundamental, pois a drenagem da secreção dos abscessos podem funcionar como um mecanismo de infecção com grande potencial de propagação.

Com o passar dos anos, a incidência da doença pode aumentar no rebanho, sendo fundamental manter um registro de controle e tomar todas as providências necessárias para o tratamento dos animais e prevenção da propagação da doença.

Qual o tratamento para Linfadenite Caseosa?

Caso algum animal seja identificado com Linfadenite Caseosa, a primeira atitude é isolar os animais para fazer o tratamento sem riscos de infecção do ambiente.

A drenagem do abscesso é a atitude recomendada para início do tratamento, devendo ser associada ao uso de medicamentos para garantir a eficiência do tratamento.

Caso o animal não seja devidamente tratado, pode ocorrer a reincidência e a multiplicação da bactéria no mesmo local do antigo abscesso. Ele deve permanecer isolado até a completa cicatrização do ferimento.

Outras alternativas são a limpeza e desinfecção das instalações pecuárias com produtos adequados, a vacinação preventiva e o acompanhamento rigoroso da saúde do rebanho, principalmente dos animais reprodutores.

Quanto tempo dura a Linfadenite Caseosa?

A Linfadenite Caseosa é uma doença que não possui um tempo determinado de ação e a recuperação do animal depende da precocidade em detectar o problema.

Após iniciado o tratamento, o animal precisa ficar isolado até a recuperação total, que pode durar pelo menos 3 semanas para a cicatrização dos ferimentos.

É importante fazer exames clínicos e análise das secreções no começo e no final do período de isolamento do animal para garantir o desaparecimento da bactéria do organismo.

Nas formas internas da doença, o tratamento é mais difícil e em alguns casos o abate do animal pode ser a atitude mais recomendada. Para um diagnóstico e identificação de tratamento preciso, contate o médico veterinário da propriedade.

Como prevenir a Linfadenite Caseosa?

Para prevenir a transmissão da Linfadenite Caseosa entre os animais do seu rebanho, é importante fazer a drenagem cirúrgica dos abscessos em local apropriado para um descarte adequado, sem risco de contaminação do ambiente.

A inspeção periódica do rebanho também é uma atitude positiva e preventiva em relação à Linfadenite Caseosa, e caso seja detectado algum problema, os animais devem ser isolados imediatamente.

A desinfecção constante das instalações da produção também é uma atitude preventiva em relação à doença.

Qual remédio é bom para Linfadenite Caseosa?

Segundo o Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos da Embrapa, as ferramentas para controle da Linfadenite Caseosa ainda são limitadas.

Medicamentos antibacterianos, anti-inflamatórios e anti-infecciosos podem ser coadjuvantes no tratamento da doença. Existem algumas pomadas que impedem o crescimento e reprodução da bactéria e ainda ajudam na cicatrização dos ferimentos.

Um estudo realizado por um pesquisador indiano na Universidade Federal de Minas Gerais sugere que um composto sintetizado com folhas da planta Piper Betle, uma pimenteira típica da Índia, pode contribuir para o desenvolvimento de um tratamento para essa zoonose, em vacinas e medicamentos.

Agora que você já conhece todos os detalhes sobre a Linfadenite Caseosa, pode tomar todas as providências para evitar o surgimento e a propagação desse mal no seu rebanho, garantindo a saúde e o bem-estar dos seus animais.

Outra atitude importante para manter a integridade da sua produção é controlar a infestação de ectoparasitas no rebanho. Saiba como fazer isso de maneira eficiente e econômica em nosso conteúdo! Até lá!