Se você está envolvido na pecuária, deve conhecer ou pelo menos ouviu falar do boi Marruá. Ele é conhecido, segundo definição do Dicionário Michaelis, como um novilho ou touro muito bravo. Então, não se trata especificamente de uma raça de boi, mas sim uma descrição do temperamento selvagem e agressivo de alguns animais, que podem ser de qualquer raça.

O termo é comumente usado nas fazendas de criação de gado do centro-oeste do Brasil e ganhou popularidade com as versões da novela Pantanal. Na trama, existem personagens com temperamento forte e arisco que levam o apelido de Marruá.

No conteúdo de hoje, vamos explorar melhor as histórias por trás do boi Marruá e compreender a importância dos animais na cultura pantaneira. Boa leitura!

Boi a direita com fundo de vegetação seca

A história do boi Marruá no Brasil

A história do boi marruá é incerta. O fato é que ele sempre foi visto como uma criatura mística, dotada de poderes sobrenaturais e uma ligação profunda com a terra.

Ao longo do tempo, ele vem sendo respeitado e temido por povos de diferentes culturas, desde os indígenas e colonizadores até as comunidades pantaneiras de hoje. Muitos relatam ter visto animais maiores do que o normal e com grandes chifres, como a raça guzerá.

Sua presença sempre foi reverenciada e respeitada, e os mitos e lendas que cercam o animal são transmitidos oralmente de uma geração para outra, sendo até citado em novelas, como nas duas versões de “Pantanal”.

O significado do boi Marruá na cultura do Pantanal

Além de ser personagem presente em diversas histórias de fazendeiros e rodas de conversa em torno da fogueira nas pescarias pantaneiras, o boi Marruá está presente em festas tradicionais e folclóricas da região, como a Festa do Divino, onde o animal é protagonista de danças e encenações que contam histórias sobre situações vividas e criadas pelos moradores.

O impacto do boi Marruá na cultura brasileira é relevante e a figura de um animal agressivo, imponente e hipnotizante continua a inspirar a imaginação e a criatividade das pessoas.

Porém, a dificuldade de domesticação desses animais pode ser um problema para produtores que não têm como fazer o controle biológico de pragas e parasitas mas possuem animais que pastam ou passam pelos mesmos lugares que os Marruás.

Lendas e histórias sobre o boi Marruá

Ao longo do tempo, muitas histórias foram criadas em torno desses animais. Uma das mais famosas é a lenda do Marruá encantado, que conta sobre um animal mítico que se transforma em uma linda donzela durante as noites de lua cheia.

De geração em geração, a cultura foi se enriquecendo com os contos populares e o folclore pantaneiro ganhou mais uma figura simbólica e cheia de significados.

As características do boi Marruá

Como já comentamos, não existem características físicas específicas que determinem um boi Marruá. Sua presença é conhecida por uma imponência associada à força e a majestade, com uma grande força física, uma aura enigmática no olhar e um mistério envolvente.

Em sua maioria, são animais selvagens, de grande porte — por isso, também são chamados de bois alongados — que apresentam forte resistência ao processo de doma e amansamento e excelente adaptabilidade às condições climáticas do Pantanal, principalmente no calor excessivo do verão. Dizem que para amansar um boi marruá, o uso do laço e técnicas impositivas não funcionam.

É necessário considerar a autonomia do animal e tratá-lo como um igual, ganhando sua admiração e respeito, deixando que ele decida seguir o vaqueiro por vontade própria.

Os esforços da conservação do boi Marruá

Apesar de não existir uma definição científica sobre o boi Marruá, diante das crescentes ameaças ao meio ambiente e à biodiversidade, os esforços de preservação desses animais têm um papel fundamental na conservação da cultura e do habitat onde eles vivem.

Animais que vivem soltos correm mais riscos, e o temperamento agressivo e arredio não colabora para a melhoria da sua reputação. Apesar de haver o respeito pela figura mítica do boi, o medo de um ataque ainda é maior, e eles ficam sujeitos a diversos tipos de doenças, como a papilomatose bovina, por exemplo.

Por isso, é importante que existam programas que garantam a preservação do legado histórico, cultural e ambiental desses animais misteriosos e sedutores.

Os impactos do boi Marruá na comunidade pantaneira

O impacto do boi Marruá nas comunidades pantaneiras é profundo e duradouro, pois permeia todos os aspectos da vida cotidiana e ajuda a moldar a identidade cultural da população. O boi faz parte, inclusive, das festas, cerimônias e eventos culturais da região, onde sua figura é evocada como um símbolo de coragem, perseverança e união das tradições culturais brasileiras.

Além disso, o animal também desempenha um papel importante na economia, gerando receitas para o turismo e garantindo oportunidades de emprego para as comunidades que dependem das tradições para sobreviver. Em um âmbito mais profundo, a influência do boi Marruá se estende para além das fronteiras culturais, impactando positivamente a vida das pessoas e fortalecendo os laços que as unem.

Com certeza, o boi Marruá vai continuar a encantar e intrigar a imaginação das pessoas por muitas gerações, alimentando o desejo de desvendar os segredos e mistérios que envolvem sua origem e significados. Seja como lenda ou uma realidade, o boi Marruá representa a força e a resiliência da fauna pantaneira.

Continue navegando pelo blog e descubra as características das Vacas Girolanda, uma raça de gado brasileira que vem chamando a atenção dos produtores.