Você sabia que a monocultura gera a degradação da produtividade do solo, o aumento de pragas e desequilíbrios ambientais? Pois é, esse sistema de plantio já deixou de apresentar grandes benefícios para vários agricultores e donos de fazendas brasileiras e tem sido substituído por novas e mais rentáveis práticas, como a rotação de culturas.

Para quem ainda não aderiu a essa técnica e continua lidando com todas as desvantagens de uma monocultura, este post é para você! Nós, do blog Agroline, separamos todas as informações que definem um sistema de rotação de culturas. Ao final da leitura, conte-nos se planeja aplicar a técnica na sua propriedade ou não! Confira:

O que é rotação de culturas?

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), a rotação de culturas é o plantio de espécies vegetais de maneira alternada. Essa variação de culturas de sistemas de raízes diferentes faz com que o solo não tenha todos os seus nutrientes esgotados como acontece numa monocultura, em que somente uma espécie é cultivada.

Na rotação de culturas, cada espécie gera um efeito residual positivo. Desse modo, o plantio cresce em ambientes adubados pela cultura anterior, aumentando a produtividade e a qualidade de seus frutos. Logo, nesse sistema as espécies devem ser escolhidas não apenas pelo seu valor comercial, mas também pelo seu potencial de recuperar o solo.

Quais são os seus benefícios?

A popularidade do sistema de rotação de culturas tem aumentado em todo o país, apesar de parecer arriscado variar, com frequência, a produção da propriedade. Veja só alguns dos benefícios que têm convencido os agricultores a rotacionarem suas culturas:

  • Reposição do carbono e da biomassa (matéria orgânica);
  • Aumento da produtividade e fertilidade da terra;
  • Infiltração e retenção maior de água, evitando a erosão;
  • Otimização das características biológicas, físicas e químicas do solo;
  • Diminuição das pragas, devido a alternância das plantas hospedeiras e a quebra de ciclos;
  • Necessidade baixa de agrotóxicos e inseticidas;
  • Diversidade de produtos e renda;
  • Independência maior da variação climática;
  • Maior sustentabilidade, devido a emissão mais baixa de gases responsáveis pelo efeito estufa.

Ou seja, por oferecer vantagens ao solo do seu terreno, a rotação de culturas carrega o potencial de aumentar a sua rentabilidade e ainda contribuir para o bem estar ambiental.

Mas os agricultores experientes gostam de calcular cada detalhe antes de tomar uma decisão na sua propriedade, não é? Pois então confira as desvantagens da rotação de culturas e veja se o sistema vale realmente a pena:

E as desvantagens?

Nenhum sistema agrícola é perfeito – para escolher o seu, há de se pesar os prós e contras numa balança. Veja só alguns pontos negativos da rotação de culturas:

  • Requer um planejamento estratégico bem elaborado;
  • Investimentos em maquinário especializado precisam ser feitos;
  • Retorno financeiro a longo prazo;
  • As espécies de reposição de nutrientes costumam ter pouca expressão financeira no mercado.

Essas desvantagens deixam claro que a rotação de culturas é um sistema que trará frutos com o tempo, pois o solo não será recuperado da noite para o dia. A monocultura é o contrário, pois oferece grandes quantidades de um produto rentável e fácil de comercialização, como a soja.

Contudo, são extremamente dependentes do clima e do preço estabelecido pelo mercado, então é um sistema muito instável. Além disso, na monocultura há muitos gastos com defensivos agrícolas, o rendimento é menor a cada plantação e ainda exige épocas de repouso do solo.

Como fazer a rotação de culturas?

Se você concluiu que quer adotar a rotação de culturas, aprenda agora algumas dicas de como iniciá-la! Um planejamento detalhado é fundamental para o sucesso do sistema, pois cada etapa tem uma finalidade. Para começar, é necessário escolher as culturas que vai rotacionar, sendo assim, deve deve envolver uma principal e as ‘recuperadoras’.

A soja e o milho costumam ser as principais, pois oferecem maior retorno financeiro. As outras culturas são compostas de gramíneas (aveia, arroz, trigo) e leguminosas (grão de bico, feijão, tremoço).

A escolha das espécies que vão compor a sua rotação de culturas deve considerar as necessidades do solo no momento, o clima e o seu tipo de terreno. O tremoço, por exemplo, consegue fixar o nitrogênio, um elemento essencial para o desenvolvimento das plantas. Já a aveia, se combinada com a ervilhaca, aumenta as taxas de carbono e os nutrientes do solo.

Como cada planta possui propriedades diferentes, recomendamos consultar um especialista para te ajudar a escolher as ideais. Para efetivar esse processo, a Embrapa recomenda a adoção do plantio direto. Nessa prática, as novas culturas são plantadas diretamente nos resíduos da anterior!

Isso reduz o impacto da chuva ao mesmo tempo que conserva a umidade e a temperatura do solo, auxiliando a conservar o bem estar da cultura. A principal exigência para adotar o plantio direto é o uso plantas de raízes fortes, que conseguem penetrar a camada de resíduos.

Com essas dicas, você conseguirá começar uma rotação de culturas bem sucedida e receber todos os benefícios deste sistema inovador. Se quiser conhecer outras práticas de cultivo que aumentam a qualidade da sua produção, que tal ler o nosso post sobre a integração lavoura-pecuária como uma prática sustentável? Essa técnica não utiliza o solo e pode ser um diferencial para a sua propriedade ou fazenda!