O transporte de gado é necessário em qualquer propriedade, seja para manutenção da pastagem em época seca, para engorda ou abate. Fazer o manejo correto antes, durante e depois da viagem é fundamental para garantir o bem-estar dos animais.
Sejam viagens curtas ou viagens longas, é necessário tomar alguns cuidados para evitar, principalmente, o estresse dos animais durante o trajeto. Então, para evitar prejuízos, o primeiro passo é identificar corretamente as cabeças de gado.
No post de hoje, vamos dar cinco dicas para você prestar atenção na hora de fazer o transporte de gado. Confira o conteúdo e certifique-se de ter as dicas sempre em mente na hora do carregamento!
Como fazer o transporte de gado?
Para que tudo aconteça de maneira a preservar o bem-estar dos animais, é preciso que além de todos os envolvidos no processo estarem engajados na situação, alguns pontos importantes sejam levados em conta antes mesmo da viagem. Acompanhe as nossas dicas!
1. Providencie a documentação necessária para o transporte de gado
Existem diversos documentos que precisam ser providenciados e verificados para que o transporte de gado ocorra de maneira segura e eficiente. Alguns documentos são de responsabilidade da propriedade de origem dos animais, que devem ser verificados pelo motorista boiadeiro responsável no momento do embarque.
Outros documentos são de responsabilidade da transportadora e dos motoristas boiadeiros. Por exemplo, a sua própria CNH e o documento do veículo. Todos precisam estar em ordem e dentro do prazo de validade.
O principal documento para o transporte de gado é a Guia de Trânsito Animal — GTA. Além dele, as notas fiscais do produtor com informações sobre a origem e destino dos animais. Isso vale para gado de corte ou leiteiro.
Em algumas situações específicas outros documentos, como atestado de sanidade, podem ser solicitados e devem ser providenciados com antecedência. Assim, não há ter problemas no momento do embarque ou em alguma eventual fiscalização durante a viagem.
2. Selecione os animais que serão embarcados
Na hora de escolher os animais que serão embarcados para o transporte, é muito importante começar verificando a saúde do rebanho. Animais doentes, debilitados ou muito magros devem ser evitados, pois podem sofrer durante a viagem com cansaço, quedas e outros problemas.
Por isso, prefira transportar animais bem suplementados, saudáveis e produtivos.
Na hora do embarque, deve-se respeitar a capacidade de carga do veículo, embarcando o número correto de animais por compartimento, evitando a superlotação e também a sobra de espaço entre os animais.
Segundo o Ministério da Agricultura, no Manual de Boas Práticas de Manejo no Transporte de Gado, deve-se medir o comprimento dos compartimentos do veículo e definir a média do peso dos animais que serão carregados.
Assim é possível definir o número de animais por compartimento com base na seguinte tabela:
Peso Vivo (kg) | Espaço linear (m/animal) |
---|---|
250 | 0,33 |
300 | 0,37 |
350 | 0,41 |
400 | 0,44 |
450 | 0,47 |
500 | 0,51 |
550 | 0,54 |
600 | 0,57 |
650 | 0,60 |
700 | 0,63 |
750 | 0,65 |
800 | 0,68 |
850 | 0,71 |
900 | 0,73 |
950 | 0,76 |
1000 | 0,78 |
Para definir o número de animais, basta pegar a medida do compartimento e dividir pelo valor da tabela correspondente ao peso médio dos animais. Por exemplo, se você tiver uma carga com peso médio de 700 quilos e um compartimento com 5,51 m, a conta fica assim:
- Número de animais = 5,51 ÷ 0,63 = 8,74;
Ou seja, em um compartimento com 5,51 metros de comprimento é possível carregar 8 animais com peso médio de 700 quilos.
3. Evite o estresse na hora do embarque
Para conduzir o gado de maneira tranquila para o veículo, é fundamental que o compartimento de carga esteja na mesma altura que o caminho por onde os animais passaram. Isso evita pulos e tropeços, que podem acarretar quedas e machucados.
Também evite usar choque elétrico ou agulhão, pois isso pode estressar os animais e comprometer o seu bem-estar durante a viagem. Para amenizar as condições de estresse, o ideal é que o embarque seja feito com um dia de antecedência, para que os animais possam se acomodar e descansar.4. Certifique-se de que o motorista é um profissional qualificado
Fazer o transporte de carga viva é um trabalho muito específico que requer conhecimento, experiência e muita paciência. Dependendo do veículo utilizado, podem ser transportadas de 20 a 40 cabeças de gado.
Em casos de viagens muito longas com duração maior do que um dia, é necessário que o profissional faça uma pausa no trajeto para alimentar e dar água aos animais, priorizando a viagem em períodos mais frescos do dia.
O limite máximo para que os animais permaneçam embarcados é de 48 horas. Por isso, é importante conversar com o motorista e acertar todos os detalhes do trajeto, incluindo paradas para que o gado possa caminhar e se alimentar de pastagem.
5. Garanta a segurança no procedimento de desembarque
Assim que o veículo chegar na propriedade de destino, o desembarque deve ser feito o mais rápido possível. Os animais precisam ser retirados do compartimento de carga quanto antes, principalmente se tiverem passado muito tempo sob o sol.
Da mesma maneira que no embarque, o ideal é que a saída seja feita em um patamar igual ao da carroceria do caminhão para evitar acidentes com animais. Além disso, é fundamental que as portas estejam bem abertas para evitar enrosco e lesões na passagem.
Dica extra: planeje o transporte do gado com antecedência
Todos os envolvidos durante o processo de transporte de gado precisam estar comprometidos com o bem-estar e com a segurança dos animais durante todo o trajeto.
Por isso, é fundamental a atuação do pecuarista, de seus colaboradores, do motorista boiadeiro e dos profissionais que irão receber os animais em outra propriedade.
As fazendas precisam selecionar e deixar os animais preparados para o embarque com um bom período de antecedência e da maneira correta, para que os animais tenham tempo de descansar e se habituar à nova condição.
As transportadoras e os motoristas precisam ser profissionais qualificados para garantir que o transporte siga as normas e recomendações para transporte de carga viva, incluindo necessidades de paradas para descanso dos animais, por exemplo.
É importante considerar a saúde dos animais como fator primordial para o transporte. Tratar o rebanho com suplementos e vitaminas para gado, pode ser um bom recurso para deixar a saúde dos animais em dia para a viagem.
Para finalizar, é importante manter o bem-estar do animal, e por isso, não se deve agredir ou tentar arrastar os animais para se moverem à força, principalmente por partes sensíveis como orelhas, chifres, cauda ou patas.
Em caso de problemas com os animais, os procedimentos de emergência devem ser tomados conforme cada situação, podendo ser necessária uma observação e desembarque sem pressa do animal até o abate no local, por exemplo.
Agora que você já sabe quais são os principais cuidados a se tomar no transporte de gado, não deixe de continuar acompanhando o blog da Agroline, estamos sempre procurando trazer conteúdos de qualidade para você, produtor. Aliás, que tal conferir nossa matéria com as melhores opções de sementes de pastagem?
Te esperamos lá!
1 comentário
Excelente conteúdo