Independente se você está começando a investir ou já tem uma vasta experiência na pecuária, com certeza sabe que o tipo e a qualidade do capim que serve de alimento para o gado está diretamente ligado ao sucesso da produção.

Seja gado leiteiro ou de corte, a dieta do rebanho precisa ter fibras, vitaminas para o rebanho, proteína e energia para que a carne ou o leite tenha as qualidades demandadas pelo mercado.

Sendo assim, entender qual é o tipo de capim ideal para cada cultura, como a vegetação se comporta com o clima e o solo da sua propriedade e como fazer o manejo, são aspectos fundamentais para uma produção eficiente.

Qual o melhor tipo de pastagem?

O Brasil é um país com dimensões continentais e clima que varia de região para região, e por conta disso, diferentes tipos de capim podem ser cultivados. Mas cada forrageira tem suas próprias características de desenvolvimento e adaptabilidade, vamos entender quais são:

criança alimentando vaca

Capim para gado de corte

Basicamente, as gramíneas recomendadas para a alimentação de gado de corte são divididas em três categorias, conforme suas capacidades produtivas, adaptativas e características botânicas. São elas: tiftons, braquiárias e coloniões.

1. Tiftons

Essa categoria contempla todas as gramíneas do gênero Cynodon. O tifton é um pasto de alta qualidade e produtividade. Se adapta muito bem em regiões frias ou quentes, com clima tropical e subtropical.

O cultivo se dá por estruturas vegetativas, chamadas de estolões, já que as sementess para a pastagem não são viáveis para germinação. O ideal é plantar o pasto entre os meses de outubro a janeiro, período com maior incidência de chuva, favorecendo o desenvolvimento da planta que é sensível à desidratação.

Quando plantado em condições favoráveis, após 120 dias, o pasto já estará pelo menos 70% coberto. Já é recomendado fazer a primeira pastagem neste período, de preferência com animais leves, deixando-os consumirem até 30% da área para estimular o enraizamento e o surgimento de novos brotos.

O gênero possui diversas espécies, e dentre as mais conhecidas por seus nomes populares estão o capim-estrela e o capim-bermuda.

2. Braquiárias

As Braquiárias têm origem africana, mas hoje estão presentes em todas as regiões do Brasil em uma grande variedade com mais de 80 espécies, inclusive híbrida. Algumas delas foram desenvolvidas pela Embrapa para aumento de produtividade, plasticidade e capacidade adaptativa.

Essa gramínea é muito tolerante ao frio, seca e fogo. Isso mesmo, a queima da braquiária não elimina a espécie.

Existem diversas pesquisas sobre como acabar com a braquiária para a rotação de culturas ou para eliminação em áreas de conservação, por exemplo, e uma das únicas técnicas eficientes para o manejo da Braquiária é por meio do abafamento.

As raízes são profundas e vigorosas, por isso se adaptam muito bem em solos com baixa fertilidade. Algumas espécies não suportam solo úmido, enquanto outras se desenvolvem muito bem até em terrenos encharcados.

Para o gado, a palatabilidade das espécies é ótima e muito nutritiva. As espécies mais populares são comumente conhecidas como capim marandu, Piatã e capim xaraés.

3. Coloniões

Essa categoria de gramíneas é uma das mais produtivas e nutritivas, sendo uma das preferidas de diferentes raças de gado por possuir muitas folhas e somente alguns colmos.

Os coloniões, diferentemente das braquiárias, precisam de solo fértil para se desenvolver. Por isso, pode significar um investimento maior por parte do produtor. Assim como outras espécies, já existem híbridos mais resistentes a fungos e insetos e melhor adaptados para solos muito úmidos e com baixa fertilidade.

As espécies mais comuns são popularmente conhecidas como capim-mombaça, capim-massai e capim-tanzânia.

Capim para gado leiteiro

Para que a qualidade do leite seja boa, o gado leiteiro precisa ser alimentado adequadamente com uma forragem de alta qualidade. Com o passar do tempo, os produtores perceberam a boa rentabilidade no uso de pastagens, pois dá para trabalhar com outros modos de explorar a terra simultaneamente com o pasto.

4. Capim Elefante

O capim-elefante é uma espécie que tem altos índices nutricionais, sendo recomendada para silagem. Muito denso, suas folhas podem chegar a 10cm de largura e se desenvolvem muito bem em solos férteis.

O ideal é plantar o capim-elefante no final do ano, quando se inicia o período de chuvas no Brasil. As mudas devem ser colocadas na terra pelo menos 100 dias após a germinação.

Quando a planta atinge 1,80m de altura, pode ser cortada para ser transformada em silagem, um recurso indispensável para a época de seca.

5. Braquiarão

O braquiarão é parente do gênero de gramíneas é o mais popular para pastagens no Brasil. Assim, é ótimo para terrenos com alto teor de alumínio ou baixo teor de fósforo e cálcio, estes últimos essenciais para nutrição de vacas-leiteiras.

Além disso, o braquiarão também consegue reciclar os nutrientes do solo. Além disso, a espécie é a mais recomendada para o consumo de animais adultos. Já para os novilhos, o capim-piatã é a mais recomendada!

Pasto: o diferencial brasileiro

Segundo a Embrapa, no Brasil aproximadamente 95% da carne bovina é produzida em regime de pastagem, em uma área com cerca de 170 milhões de hectares. Esse é um grande diferencial, afinal a produção fica muito mais barata quando o rebanho se desenvolve nesse sistema.

O pasto tem um papel fundamental no desenvolvimento da pecuária, e saber qual é o tipo ideal de capim não só para o seu rebanho, mas o que melhor se adapta ao clima e ao solo da região da sua propriedade, trará melhores resultados e menos problemas durante o processo.

Qual a vantagem do capim braquiária?

Além de ser a mais adaptável às condições de clima, ela é a menos exigente quando o assunto é fertilidade e também tem a capacidade de reciclar os nutrientes do solo.

Aqui no blog da Agroline você encontra conteúdos de qualidade para que consiga conduzir sua propriedade com mais eficiência e produtividade.

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