Pragas como a cigarrinha-das-pastagens, que podem ser de diferentes espécies, são as principais causadoras dos danos indiretos ao gado. Seus nomes científicos podem ser Zulia entreriana, Deois flavopicta, Deois schach e Mahanarva fimbriolata.

Esses insetos sugadores de seiva são responsáveis pela introdução de toxinas salivares nos tecidos vegetais. As consequências dessas pragas são distúrbios biológicos. Por exemplo, a queima da pastagem, que reduz sua capacidade nutricional e prejudica os animais que a consomem.

Continue a leitura e veja as principais informações sobre a cigarrinha-das-pastagens!

O que causa cigarrinha-das-pastagens?

A causa do crescimento populacional da cigarrinha-das-pastagens costuma ser o desequilíbrio ecológico proporcionado pela disponibilidade de pastagem. Ela acontece, principalmente, no plantio de grandes áreas de pasto do gênero Brachiaria, como mostra a Embrapa.

Felizmente, mesmo nos vegetais citados, o tratamento e o combate a esse tipo de praga pode ser feito de forma eficaz. Em certos casos, o pastejo rotacionado, conforme a orientação de um profissional, pode auxiliar no controle desses insetos.

Principais características da cigarrinha-das-pastagens

De modo resumido, a cigarrinha-das-pastagens é um inseto que ataca capins em uma estação chuvosa. Isso afeta a produtividade das pastagens. A principal forma de identificação da infestação dessa praga são folhas amareladas e com aspecto de queimado.

Conforme um livro da Embrapa, o termo “cigarrinha-das-pastagens” é usado para nomear diferentes insetos que se espalham em todo o Brasil. Com base nesse material, veja alguns dos principais e como identificá-los:

Deois flavopicta

É o inseto que apresenta duas faixas amarelas nas asas. Além disso, tem uma coloração predominantemente preta. Seu abdômen e pernas são vermelhos.

Em geral, ela é encontrada na região central do nosso país.

Deois schach

Sua coloração é castanho-escura e com manchas alaranjadas. Às vezes, pode ter reflexos esverdeados. Os abdomens e pernas são vermelhos.

São observadas em diferentes regiões do Brasil.

Zulia entreriana

É a cigarrinha-das-pastagens mais comum na região nordeste do nosso país.

Sua coloração é preto brilhante e possui uma faixa branco-amarelada no fim da asa. Seu abdômen é preto, com alguns tons avermelhados.

Mahanarva fimbriolata

Por fim, esse gênero de cigarrinha-das-pastagens tem coloração diferentes para machos e fêmeas. No primeiro caso, a coloração é bem mais avermelhada, no segundo, os tons são mais próximos do marrom.

Ela é a maior espécie e a mais agressiva já observada no norte do Brasil.

Antes de entender como controlá-las, é essencial conhecer o ciclo de vida desses insetos. Afinal, assim como acontece com as cochonilhas, identificar antes da infestação é a melhor maneira de combatê-las

Qual o ciclo da cigarrinha-da-pastagem?

Resumidamente, a cigarrinha-da-pastagem tem um ciclo de ovos, ninfa e fase adulta. Em geral, toda a vida desses insetos variam entre onze meses e um ano, sendo o pico populacional entre os meses de fevereiro e março.

Continue a leitura e veja mais sobre cada uma das fases:

Ovos

Os exemplares adultos de cigarrinhas-das-pastagens depositam seus ovos em próximos de raízes e de pastagens mortas. Em condições específicas de baixa umidade e temperatura, os ovos podem ficar incubados por até 200 dias.

Após a eclosão, os insetos crescem e se desenvolvem para a fase da juventude: a ninfa.

Ninfa

Diferentemente dos carrapatos, as ninfas de cigarrinha-das-pastagens preferem tempos úmidos e altas temperaturas. Isto significa que os animais jovens aparecem em meses como outubro.

As ninfas costumam ficar em raízes superficiais ou nas bases das pastagens. Alimentando-se da seiva e a melhor forma de perceber sua presença é uma espuma bem característica da região que se encontram — isso auxilia a manter a umidade elevada.

Adultos

Nos meses seguintes, entre novembro e março, há o aparecimento das cigarrinhas-das-pastagens na fase adulta. Em geral, três ou quatro gerações desses insetos surgem nesse período.

Os animais adultos deixam as bases e raízes das pastagens e passam a explorar a parte aérea das plantas. Dessa maneira, há o novo ciclo de acasalamento.

Em geral, o pico populacional das cigarrinhas-das-pastagens acontecem nos meses de fevereiro e março. Contudo, o clima da região pode influenciar diretamente na população desses insetos, como mostra uma pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Como matar cigarrinha-da-pastagem?

Uma forma de conter o aumento do número de cigarrinhas das pastagens é utilizar os pastos mais resistentes ao bicho em parte da área utilizada para a alimentação bovina. Métodos como o extermínio químico da peste podem ser prejudiciais ao gramado, o controle biológico é o mais indicado.

Além disso, de acordo com pesquisas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o fungo Metarhizium Anisopliae tem sido utilizado no combate à praga de forma eficaz, auxiliando no controle de diversas espécies do inseto.

Dessa forma, a melhor maneira do pecuarista evitar prejuízos na produção de carne bovina, portanto, é a prevenção do aparecimento da praga, utilizando produtos e métodos naturais e realizando o plantio de gramíneas mais resistentes à proliferação das cigarrinhas das pastagens.

A seguir você entenderá melhor como acontece o controle biológico e químico. Acompanhe:

Controle biológico

Nós já temos um conteúdo completo sobre o que é controle biológico. Por isso, nesta publicação, manteremos o foco nas cigarrinhas-das-pastagens.

De forma geral, as ninfas devem ser executadas a partir do uso de fórmulas indicadas por um engenheiro agrônomo ou zootecnista. O profissional considerará a altura do pasto, tipo do fungo e a dosagem adequada.

Controle químico

Já o controle químico deve ser feito de maneira segura com a aplicação de defensivos na pastagem. Os inseticidas devem ser aplicados conforme a recomendação de um profissional e, em geral, acontecem apenas durante as fases de pico populacional.

Contudo, essa prática pode prejudicar as plantas e, como uma pesquisa de 2016 aponta, a melhor opção é associar os controles químico e biológico.

Caso esteja enfrentando este problema na sua propriedade, entre em contato com um engenheiro agrônomo ou zootecnista de confiança. Esses profissionais analisarão e, assim, poderão indicar a melhor solução individualizada para o seu caso.

Por falar nisso, aproveite para conferir nosso conteúdo explicando o porquê tem mais insetos no verão e saiba como se preparar!