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Quando o assunto é cerca elétrica rural, são muitas as dúvidas na hora de se utilizar da maneira correta, e o Gerente Comercial da Tru-Test Brasil Ernesto Coser Netto, tira todas as dúvidas no texto abaixo.

O mercado de cerca elétrica rural em países onde a tecnologia esta desenvolvida e madura, como em vários países da Europa, Austrália e principalmente na Nova Zelândia, pioneiros na tecnologia e reconhecidamente mestres em manejo de pastagens, é muito grande, chegando a ser o terceiro maior faturamento dentro de grandes revendas, perdendo para Defensivos, fertilizantes e medicamentos.

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E o por quê, por lá a tecnologia é disseminada e sinônimo de solução, de praticidade e eficiência e por aqui é tratada de forma marginal é o que me pergunto.

Em minhas viagens pelo Brasil, tenho visto uns poucos aparelhos jogados nos cantos das lojas e de cada 10 produtores que converso,  9 me relatam insucessos com a tecnologia cerca elétrica.

Subdivisão de pastagens é a primeira ferramenta a ser utilizada em uma fazenda quando se pensa em aumentar sua produtividade.

Mas o custo de construção de cerca convencional com 5 fios e lascas a cada 5 m, custa em torno de R$8.000,00 por km, somando custo de mão de obra, madeira e arame, varia para mais ou para menos de acordo com custo da madeira e mão de obra.

R$           1.500,00 Arame
 R$          4.000,00 Madeira
 R$          2.500,00 Mão de Obra
 R$          8.000,00 Total

 

Este alto custo faz com que poucos proprietários subdividam suas fazendas para poder otimizar o pasto. O que poderia aumentar em muito a lotação da fazenda e logicamente sua produtividade.

A opção que eles têm é a cerca elétrica, mas devido aos altos índices de insucessos, é cada vez menos utilizada. Ou é utilizada de forma mista. Como não confiam no choque acabam reforçando a cerca.

O conceito correto da cerca elétrica é que o choque contem o animal e não a robustez da cerca. Mas com deficiências no choque é necessário reforçar a cerca, tornando a tecnologia cara.

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O custo de construção de uma boa cerca elétrica não ultrapassa a 1/3 do custo de uma convencional, e o que se gasta com materiais de cerca elétrica fica no máximo 15% do total gasto na cerca.

A madeira na cerca elétrica tem a função de segurar o fio de choque na altura correta da categoria animal que estamos querendo conter, se usa mais ou menos madeira de acordo com o relevo da fazenda e, se conseguir manter o choque alto por todo o tempo, poderá aumentar cada vez mais a distancia entre as lascas.

Sei de fazendas que usam lascas de madeira, varetas plásticas ou vergalhões a cada 50 metros e sem entrevero algum. É o relevo do terreno que nos obriga a colocar mais ou menos madeira e não a insegurança na tecnologia.

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O número de fios a serem usados, também depende do tipo de animal que desejamos conter, se temos animais adultos e jovens é necessário usar 2 fios. Se a propriedade fica em regiões que ocorrem secas é necessário passar um fio ligado ao aterramento na cerca, para que o fio aterrado faça o papel do solo, que sem umidade ou muito arenoso não tem condutividade.

A mão de obra pode ficar muito mais barata, pois o trabalho é muito menor. Qual o custo de se fazer um buraco na chão a cada 5 metros e compare com um buraco no chão a cada 50 metros.

Lembrem que a cerca elétrica é muito utilizada em países onde não se tem mais mão de obra disponível ou barata e, portanto, precisam de tecnologias de fácil instalação e reduzido nível de mão de obra de manutenção, pois não possuem funcionários para tais serviços e não podem e não querem ficar fazendo retrabalho.

Por km
Arame 3 fios  R$    900,00
Madeira A cada 25 metros ou mais  R$    600,00
Mão de Obra Mais Barata  R$ 1.500,00
Material de cerca elétrica Máximo 15% por km  R$    400,00
Total    R$ 3.400,00

 

Então, se a tecnologia é tão boa e barata, por que não é mais difundida e bem sucedida aqui no Brasil?

Em minha opinião, o motivo para este descrédito se deve a antiquada tecnologia e baixa potência dos eletrificadores vendidos no país e principalmente falta de conhecimento básico sobre esta tecnologia.

Pergunte ao técnico que lhe assiste:

O que é Joule?

Qual diferença entre Joule armazenado e liberado?

Qual voltagem mínima que os animais respeitam?

Como protejo meu sistema de quebra por raios ou oscilação de voltagem na rede elétrica?

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Por que incrível que pareça, apesar da subdivisão de pastagens ser a primeira ferramenta a ser utilizada nas fazendas para aumentar a produtividade delas, nós na faculdade, não aprendemos nada sobre esta tecnologia.

Outro ponto importante é a falta de normatização do setor, onde o consumidor fica refém dos vendedores que não entregam o que prometem.

Joule é a unidade de potência que se usa para eletrificadores, que uma boa analogia é comparar ao HP, onde quanto mais Joule  mais força o eletrificador possui.

Mas existe ainda a diferença entre o Joule armazenado, que o que ele armazena e o Joule liberado que é o que realmente importa e se refere a quanto de potencia ele despeja na cerca.

Os animais respeitam a cerca elétrica se ela estiver maior que 3.000 volts, menos que isto você não tem cerca. E quanto maior a voltagem na cerca melhor será.  Não podendo ultrapassar 12.000 volts, que pode trazer risco aos animais. A amperagem nestes equipamentos não podem ultrapassar 0,025A, é o que determina a OMS (Organização Mundial de Saúde).

Devemos usar bons sistemas Para-Raios para desviar os raios que caem sobre a cerca e usar estabilizadores para proteger o eletrificador de oscilações de voltagens na rede elétrica. Fazendo isto seu aparelho estará protegido e dificilmente quebrará e deixará sua cerca vulnerável.

Animais mais reativos como os da raça nelore, são mais facilmente contidos, já os mais dóceis e mansos, são os que dão mais trabalho, pois estão sempre alerta procurando por oportunidades de fuga. Mas, se o choque for eficiente, tanto animais reativos e mansos, serão contidos. Se os animais não estão respeitando a cerca elétrica é por que o choque está baixo.

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 Tenha sempre um voltímetro na mão e anote diariamente a voltagem no ponto final de sua cerca. Assim verá que o dia que teve fuga é por que o choque estava abaixo de 3.000 volts.

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 Fazer analogia com um sistema de irrigação é bem interessante para entender melhor sobre cerca elétrica.

Você não compra um motor (bomba d’agua), perguntando quantos km ele joga a água. Pois esta resposta tem muitas variantes. Precisamos saber qual o diâmetro da tubulação, se esta água vai subir morros ou descer, se a tubulação tem problemas, emendas, furos e principalmente quanto de água precisamos jogar no final do sistema.

Estas mesmas perguntas podem ser aplicadas a cerca elétrica.

Precisamos saber o calibre do fio condutor (quanto mais grosso melhor), precisamos saber se é bem galvanizado e novo (o choque corre pela superfície do fio, se ele estiver enferrujado não será um bom condutor), saber ainda se tem muitas emendas (causam uma maior resistência à condução do choque).

Portanto, quanto maior a resistência para passagem do choque, determinada pela bitola e estado do arame, teremos uma necessidade maior de potencia.

Prometer Quilometragem sem saber sobre estas variantes pode ser um tiro no pé.

A grande maioria dos eletrificadores vendidos no Pais não tem 0,5 Joules, sendo um motorzinho muito fraco e que ao encontrar a primeira resistência não conseguem ultrapassar e deixam a cerca sem choque.

Na Nova Zelândia, país de fazendas pequenas,  já existem eletrificadores de 63 Joules liberados. Compare os de 0,5 joules vendidos no Brasil e entenderá por que aqui a cerca tem este descrédito.

Por lá eles usam uma regrinha que ajuda a adequar a potencia do eletrificador a cerca. Para cada Joule liberado montam uns 5 km de cerca, mas por lá, usam potência de sobra, pois não fazem manutenção na cerca. Aqui no Brasil usamos 1 joule para 10 km de cerca nova e em perfeitas condições.  Mas esta regra não se aplica se o fio condutor estiver com muita resistência (enferrujado, cheio de emendas mal feitas), isoladores ressecados (plásticos ressecados perdem a função de isolador, é necessário ter filtro UV no Plástico), aterramento insuficiente, etc. Existe a possibilidade de 1 joule dar conta de bem mais que 10 km, mas é tudo uma relação de carga e potência, ou seja quanto mais potência, mais alcance o eletrificador tem e mais resistências ele atravessa.

Na Nova Zelãndia , por exemplo, quando o eletrificador deles já não está mais dando conta de manter o choque alto na cerca, costumam trocar por um mais potente, pois fica mais barato do que contratar alguém para reformar a cerca toda.

Só que, por lá, eles monitoram a cerca diariamente, pois praticamente todos os eletrificadores, possuem visores digitais, que mostram como está a voltagem média da cerca, bastando olhar para o eletrificador e verificar com quantos volts médios a cerca está. Se não monitoramos a voltagem da cerca, saberemos sobre um problema, somente depois que ele ocorreu.

A cerca elétrica foi desenvolvida na Nova Zelândia em 1938 e de lá para cá, eles já acertaram e erraram muito e hoje podem nos repassar somente os acertos, poupando a todos nós dos dissabores dos insucessos. Basta a nós, termos humildade e sabedoria para copiar o que deu certo.

Este cenário que os países desenvolvidos vivem hoje, em breve será o nosso, pois a mão de obra rural está cada vez mais escassa e cara. Madeira cada vez mais escassa e cara. Teremos que produzir cada vez mais em menos áreas, pois não podemos desmatar mais nada e estamos perdendo área de pecuária para agricultura, para reservas, etc.

Sem falar no crescente aumento do uso de integração lavoura pecuária, que não seria viável sem usar a cerca elétrica, pois não dá para ficar construindo um cerca convencional e desconstruindo seguidas vezes.

Em resumo, quanto mais potente e mais confiável for sua cerca elétrica, mais eficiente será. E consequentemente menos se gastará, pois o caro é madeira, arame e mão de obra.

Existe tecnologia para se construir uma cerca elétrica que substitui a cerca convencional e esta sendo tão eficiente e durável quanto, e  ainda, se gastando no máximo 1/3 do que se gastaria com a construção de uma cerca tradicional, reduzindo em muito a necessidade de manutenção, chegando a níveis de manutenção até mais baixos dos que a manutenção de cerca convencional.

Podemos sim piquetear o Brasil e nos tornar muito mais eficientes e produtivos.

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