A presença de zoonoses na pecuária é um desafio constante para quem atua no campo. Essas doenças, transmitidas entre animais e seres humanos, podem prejudicar a saúde do rebanho, causar perdas econômicas e afetar diretamente a segurança de trabalhadores e consumidores.

Conhecer as principais zoonoses, entender seus mecanismos de transmissão e aplicar estratégias eficazes de prevenção são passos fundamentais para proteger a produção pecuária e garantir a saúde pública. Confira todos os detalhes logo abaixo no texto!

O que são zoonoses e por que são relevantes na pecuária?

Zoonoses são doenças provocadas por agentes como bactérias, vírus, fungos e parasitas, capazes de infectar tanto animais quanto pessoas. No contexto da pecuária, o contato frequente com animais aumenta o risco de transmissão dessas enfermidades. Isso exige atenção constante para evitar prejuízos no rebanho e riscos à saúde coletiva.

A relevância das zoonoses na rotina do produtor rural está ligada aos impactos que podem provocar. Os prejuízos vão desde a redução da produtividade, aumento de custos com tratamentos e mortalidade animal até a restrição do comércio de produtos agropecuários. Além disso, há riscos para trabalhadores, que podem se infectar durante o manejo, e para consumidores, caso alimentos contaminados cheguem ao mercado.

Veterinário realizando exame em vaca leiteira

Como as zoonoses são transmitidas na atividade pecuária?

As zoonoses, doenças transmitidas entre animais e seres humanos, podem ser facilmente espalhadas durante a atividade pecuária, principalmente se não houver cuidados adequados com o manejo, a higiene e os processos sanitários. A seguir, confira as principais formas de transmissão dessas doenças no ambiente rural:

  • Contato direto com animais infectados: o manejo de gado, ordenha, partos ou até o abate de animais podem facilitar a transmissão de zoonoses para os seres humanos, especialmente se os cuidados com a higiene não forem seguidos corretamente;

  • Ingestão de produtos contaminados: o consumo de leite cru, carne mal cozida ou órgãos não inspecionados adequadamente pode ser uma forma de transmissão de doenças zoonóticas, já que esses produtos podem estar contaminados com agentes infecciosos;

  • Exposição a ambientes contaminados: fezes, urina e secreções de animais podem contaminar o ambiente e servir como fontes de infecção para os trabalhadores ou para qualquer pessoa em contato com esses locais;

  • Acidentes com equipamentos: o uso inadequado de equipamentos durante o manejo ou o contato com materiais contaminados pode representar risco de transmissão, se não forem seguidos os protocolos de segurança adequados;

  • Agentes infecciosos no ambiente: bactérias, vírus, fungos e parasitas podem sobreviver em diversos ambientes e, ao entrarem em contato com humanos, causar doenças zoonóticas.

Para evitar esses riscos, é fundamental seguir práticas de controle sanitário rigorosas, usar equipamentos de proteção adequados e garantir a manipulação segura dos produtos de origem animal.

Além disso, mosquitos transmissores de doenças, como os que afetam o gado, precisam ser controlados para evitar infecções. Para saber mais sobre o controle de vetores e garantir a saúde do rebanho, acesse nosso conteúdo sobre mosquitos transmissores de doenças e aprenda como proteger sua propriedade. Leia mais sobre mosquitos transmissores de doenças e como proteger seu rebanho.

Principais zoonoses existentes

Dentre as principais zoonoses existentes, destacamos:

1. Brucelose bovina: riscos e formas de prevenção

A brucelose bovina é uma doença bacteriana comum no Brasil, causada pelo gênero Brucella. Nos animais, os sintomas incluem abortos, redução da fertilidade e queda na produção de leite. Em humanos, manifesta-se como febre prolongada, dores articulares e fadiga intensa.

A transmissão se dá especialmente pelo contato com secreções, leite cru e restos de aborto de fêmeas infectadas. Para prevenir a brucelose, é obrigatória a vacinação de fêmeas jovens, o descarte correto de materiais contaminados e o uso de equipamentos de proteção durante o manejo de animais doentes.

O diagnóstico precoce é indispensável. Casos suspeitos devem ser notificados imediatamente aos órgãos competentes, colaborando para o controle e erradicação da doença.

Mão com luva segurando pelo de animal

2.Tuberculose bovina: importância do teste e controle

A tuberculose bovina, causada pelo Mycobacterium bovis, pode afetar tanto bovinos quanto humanos. O principal risco está no consumo de leite não pasteurizado e no contato direto com animais doentes.

O teste de triagem, conhecido como tuberculinização, deve ser realizado periodicamente para detectar animais infectados. A remoção dos positivos do rebanho e a manutenção do status sanitário adequado são medidas essenciais no controle.

As políticas nacionais de erradicação dessa doença reforçam o papel do produtor rural e dos profissionais da saúde animal no combate à tuberculose. O engajamento de toda a equipe é fundamental para garantir a segurança na produção.

3. Febre aftosa: riscos e status sanitário do rebanho

A febre aftosa é uma das zoonoses de notificação obrigatória no Brasil, embora o risco para humanos seja baixo. Nos bovinos, provoca febre, aftas na boca, salivação excessiva e dificuldades para se alimentar, levando a perdas significativas na produção.

A transmissão ocorre pelo contato entre animais, objetos contaminados e secreções. O Brasil alcançou avanços notáveis no controle da febre aftosa por meio da vacinação em massa e da vigilância sanitária.

Para manter o rebanho protegido, é fundamental seguir as normas do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa e zelar pela vacinação em dia.

4. Leptospirose: prevenção e sinais de alerta

A leptospirose é causada por bactérias do gênero Leptospira, presentes em animais domésticos e selvagens. O contágio acontece pelo contato com urina ou água contaminada, sendo frequente em áreas alagadas ou com má drenagem.

Nos bovinos, pode provocar abortos e queda de produção. Em humanos, os sintomas incluem febre, dores musculares, icterícia e, em casos graves, insuficiência renal. O controle de roedores, saneamento básico, uso de EPIs e descarte apropriado de resíduos são medidas indispensáveis para a prevenção.

Identificar sinais de alerta e agir rapidamente aumenta as chances de controle da doença no rebanho e na propriedade. O controle sanitário adequado também envolve o uso correto de medicamentos para prevenir e tratar as zoonoses. Na hora de cuidar da saúde do rebanho, o uso correto de medicamentos é essencial. Confira nossa lista de medicamentos para bovinos e saiba mais sobre os produtos que podem ajudar a manter o seu gado saudável.

5. Raiva bovina: riscos para animais e humanos

A raiva é uma zoonose viral fatal, transmitida principalmente por morcegos hematófagos e outros animais silvestres. Nos bovinos, causa alterações neurológicas, agressividade e morte rápida. Em pessoas, sintomas iniciais incluem formigamento, dor no local da mordida e, posteriormente, sinais neurológicos graves.

O atendimento médico imediato após contato suspeito é imprescindível. Prevenir a raiva envolve vacinação obrigatória do rebanho, controle de morcegos e orientação dos trabalhadores quanto ao risco de mordidas. Campanhas educativas e vigilância constante ajudam a evitar surtos na região e a proteger a saúde de todos os envolvidos.

6. Carbúnculo hemático: como identificar e evitar

O carbúnculo hemático, também chamado antraz, é uma doença bacteriana grave, transmissível pelo contato direto com animais ou produtos infectados. Nos bovinos, manifesta-se por febre alta e morte súbita. Em humanos, pode causar lesões de pele e sintomas respiratórios severos.

Práticas rigorosas de higiene, manejo seguro dos animais e descarte correto das carcaças são essenciais para evitar a doença. A notificação obrigatória de casos suspeitos aos órgãos sanitários é uma medida estratégica para impedir o avanço do antraz. A assistência veterinária frequente e o monitoramento da propriedade ajudam a identificar rapidamente qualquer alteração no rebanho.

Estratégias essenciais para prevenir zoonoses no rebanho

A prevenção das principais zoonoses na pecuária começa com a vacinação periódica, conforme as recomendações do médico veterinário. O uso de EPIs, como luvas e botas, é indispensável para quem lida diretamente com o gado.

A higiene pessoal dos manipuladores, controle de acesso de animais silvestres e inspeção rigorosa dos produtos de origem animal também são estratégias fundamentais. O saneamento das instalações e o controle de roedores complementam as medidas de proteção.

A assistência veterinária permanente e a capacitação dos funcionários para identificar situações de risco elevam o padrão de biossegurança da propriedade. Investir em treinamento e atualização é essencial para enfrentar os desafios sanitários e garantir a saúde do rebanho.

Investir em estratégias de prevenção para controlar parasitas e doenças é essencial. O controle de ectoparasitas também ajuda a reduzir riscos e melhora a saúde do rebanho. Acesse nosso guia sobre ectoparasitas em bovinos e saiba como combatê-los de forma eficiente.

Quando buscar orientação veterinária e notificar casos suspeitos?

Ao perceber sinais clínicos compatíveis com zoonoses, tanto no rebanho quanto em pessoas, a orientação veterinária deve ser buscada imediatamente. A notificação aos órgãos responsáveis, como Vigilância Sanitária e MAPA, é crucial para o controle e erradicação das doenças.

Registrar situações de risco e manter o diálogo com os órgãos de saúde contribui para proteger toda a cadeia produtiva e evitar prejuízos maiores. A rapidez na resposta é decisiva para preservar a segurança do rebanho e dos profissionais envolvidos.

Adotar uma postura preventiva, investir em capacitação e manter o compromisso com a saúde animal e pública são atitudes que fazem a diferença no sucesso da pecuária moderna.

Veterinário e fazendeiro conversando sobre gado.

Gostou de saber mais sobre as zoonoses na pecuária? Para garantir a saúde e o bem-estar do rebanho, o uso de medicamentos e tratamentos adequados é essencial. Se você busca uma solução eficaz para o controle de doenças, conheça o Zelotril, um medicamento veterinário amplamente utilizado para tratar diversas condições nos bovinos.

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