Quando se trata da saúde do rebanho, em específico dos bezerros, é fundamental entender as possíveis complicações que podem surgir. Uma das mais comuns é o umbigo inchado. A causa mais comum é a onfalite, mas existem outras patologias que também podem comprometer a saúde e o bem-estar dos animais. E uma das melhores maneiras de evitar o problema é fazer a cura do umbigo.

No texto de hoje, vamos falar sobre as causas, os tratamentos, as medidas preventivas e o manejo de bezerros com umbigo inchado. Assim, você, produtor ou médico veterinário, pode contar com informações confiáveis e valiosas. Boa leitura!

O que é o umbigo inchado em bezerros?

O umbigo inchado em bezerros é uma condição que pode ser decorrente de infecções bacterianas, levando à inflamação e ao inchaço na área do umbigo. Ainda existem outras causas que podem deixar os bezerros com o umbigo inchado.

Vamos entender melhor o problema e conhecer as doenças — a onfalite é a mais comum — que podem trazer incômodos para os animais. Diferenciá-las é fundamental para conseguir um diagnóstico preciso e adotar o tratamento e os medicamentos veterinários adequados.

Entendendo o umbigo inchado em bezerros

O umbigo inchado em bezerros, também conhecido como onfalite na maioria dos casos, é uma condição comum, porém problemática, que pode resultar em complicações significativas se não for tratada do jeito certo. A infecção bacteriana no umbigo do bezerro recém-nascido leva à inflamação, ao inchaço e, em casos mais graves, sepse — inclusive, com risco de vida.

Causas e mecanismos para tratar bezerros com umbigo inchado

O problema é frequentemente desencadeado pela exposição do umbigo do bezerro a microrganismos patogênicos presentes no ambiente ao redor do parto. Bactérias como Escherichia coli, Staphylococcus spp. e Streptococcus spp. são frequentemente identificadas como agentes causadores. A penetração desses patógenos no tecido do umbigo é facilitada pela presença de uma abertura na parede abdominal do recém-nascido.

Estudos (Smith, 2015) enfatizam que bezerros nascidos em ambientes higienizados e submetidos a procedimentos de desinfecção do umbigo logo após o parto apresentam menor incidência de onfalite. Por isso, é fundamental fazer a limpeza regular das instalações da fazenda com desinfetantes específicos, além de manter a organização de equipamentos, ferramentas e instrumentos.

Tratamento e manejo de bezerros com umbigo inchado

O tratamento do umbigo inchado requer uma abordagem multifacetada, que inclui a limpeza cuidadosa da região, remoção de tecido necrótico, uso de antibióticos apropriados e, em casos mais graves, intervenção cirúrgica para drenagem de abscessos. O acompanhamento veterinário é fundamental para determinar o protocolo terapêutico mais adequado para cada caso.

bezerro se alimentando na mae doente

Um artigo publicado na revista Journal of Veterinary Internal Medicine (Gonzalez et al., 2018) destaca a importância da terapia antimicrobiana específica. Conforme o estudo aponta, ela é baseada nos resultados de culturas microbiológicas para o tratamento eficaz do umbigo inchado em bezerros. Através desses mecanismos, é possível identificar a causa com mais eficiência, favorecendo a recuperação do animal.

Prevenção e controle do umbigo inchado em bezerros

A prevenção do umbigo inchado em bezerros é um componente essencial da gestão da saúde do rebanho. Além da garantia de um ambiente de parto limpo, a aplicação de desinfetantes no umbigo dos bezerros recém-nascidos tem se mostrado eficaz na redução da incidência de onfalite. Estudos (Lima et al., 2020) ressaltam que a utilização de compostos iodados ou clorexidina no umbigo dos bezerros, logo após o nascimento, pode minimizar significativamente o risco de desenvolvimento de infecções.

As principais bactérias que deixam o bezerro com o umbigo inchado

As inflamações umbilicais em bezerros são frequentemente desencadeadas por infecções bacterianas. A Escherichia coli, comumente encontrada no ambiente, pode penetrar no tecido do umbigo do bezerro, resultando em inflamação e inchaço. Além disso, as espécies de Staphylococcus e Streptococcus são uma das principais causadoras de infecções umbilicais em bovinos recém-nascidos.

bezerro doente sendo medicado por duas pessoas

Fica evidente a importância da higiene e práticas de manejo adequadas para prevenir a exposição dos bezerros a essas bactérias patogênicas. Medidas preventivas, como a desinfecção do umbigo logo após o nascimento, são primordiais para reduzir a incidência de inflamações umbilicais e garantir o desenvolvimento saudável dos animais recém-nascidos. Em caso de ocorrência, é importante saber como fazer a administração de medicamentos em bovinos da maneira correta.

Outras enfermidades que podem causar inchaço no umbigo de bezerros

Conforme comentamos, além da onfalite, outras infecções parecidas também podem causar o inchaço do umbigo de bezerros. Nós listamos as principais características delas para que você possa usar como referência na hora de identificar o problema.

Onfaloflebite e onfaloarterite

A onfaloflebite e a onfaloarterite são condições que também podem levar ao inchaço do umbigo em bezerros. A onfaloflebite é caracterizada pela inflamação das veias umbilicais, enquanto a onfaloarterite envolve a inflamação das artérias umbilicais. Essas condições podem levar a complicações graves, como a disseminação de bactérias para outros órgãos.

Uraquite e onfaloarterioflebite

A uraquite é uma inflamação do úraco, uma estrutura embrionária que conecta a bexiga ao umbigo durante a gestação. Quando inflamado, o úraco pode levar ao inchaço do umbigo em bezerros. Já a onfaloarterioflebite envolve a inflamação das artérias e veias umbilicais, frequentemente decorrente de infecções bacterianas. Se não for identificado precocemente, o tratamento dessas condições geralmente requer intervenção cirúrgica para correção do úraco inflamado.

Além disso, a administração de antibióticos específicos para combater infecções associadas pode complementar o tratamento por algumas semanas, conforme indicação médica.

Onfalouracoflebite e onfalouracoarterite

A onfalouracoflebite é caracterizada pela inflamação das veias umbilicais em associação com o úraco, enquanto a onfalouracoarterite envolve a inflamação das artérias e veias umbilicais em conjunto com o úraco. Ambas as condições podem resultar em inflamação e inchaço do umbigo em bezerros. O tratamento segue a mesma linha das outras condições, com necessidade de cirurgias e higienização regular após o procedimento.

Panvasculite umbilical

A panvasculite umbilical também envolve a inflamação das veias e artérias umbilicais, bem como causa muito inchaço e desconforto nos bezerros. O tratamento geralmente inclui terapia anti-inflamatória e, em casos de infecção associada, a administração de antibióticos específicos para combater os patógenos envolvidos.

Essas condições destacam a importância da atenção cuidadosa aos bezerros recém-nascidos, bem como da pronta intervenção veterinária para garantir a saúde e o bem-estar desses animais.

Como lidar com bezerros com umbigo inchado: dicas e orientações

Além das medidas preventivas e de tratamento, é importante que os pecuaristas e técnicos estejam preparados para lidar com bezerros com umbigo inchado. Algumas dicas e orientações úteis incluem:

  • Isolamento temporário: em casos de umbigo inchado, isolar o bezerro afetado pode ajudar a prevenir a propagação de infecções para outros animais;
  • Nutrição adequada: garantir que os bezerros recebam uma dieta balanceada e rica em nutrientes para fortalecer o sistema imunológico;
  • Acompanhamento profissional: sempre buscar orientação de médicos veterinários experientes para lidar com casos de umbigo inchado em bezerros.

O umbigo inchado em bezerros é uma condição de saúde que requer atenção e cuidados especiais. É claro que existem outras doenças que você deve ter conhecimento e aqui no blog da Agroline tem muito conteúdo. Além de informações sobre doenças, contamos com resenhas de medicamentos como o Aminofort, um suplemento essencial para aumentar a produtividade do rebanho. Aproveite!


Referências (em inglês):

  • Smith, J. (2015). Infecções Umbilicais em Bezerros. Clínicas Veterinárias: Prática de Animais de Produção, 31(1), 87–104;
  • Gonzalez, R., et al. (2018). Infecções Umbilicais em Bezerros: Uma Análise Retrospectiva de 62 Casos. Revista de Medicina Veterinária Interna, 32(4), 1420-1426;
  • Lima, F. S., et al. (2020). Efeito do Desinfetante Umbilical de Iodo ou Clorexidina na Saúde e Desempenho de Bezerros Leiteiros. Revista de Ciência Láctea, 103(7), 6693-6703.